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EducArte – Educar em Família

Aventuras de uma mãe de 7 crianças homeschoolers

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Uma vez que a Constituição Federal tem como um dos pilares o princípio da legalidade (art. 5°, II), que considera lícita qualquer conduta não expressamente proibida, e que o ensino domiciliar como substituto do ensino escolar não é proibido expressamente por nenhuma norma no ordenamento jurídico brasileiro, havendo portanto uma lacuna na legislação brasileira, então, já há o suficiente para se declarar a validade da educação domiciliar.

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Quando olho para o lado no escuro da noite e vejo as mãozinha gordinhas do Leãozinho tentando subir na minha cama, penso no cansaço, na exaustão e um pouco decepcionada e sonolenta percebo que o bebê acordou. "Mais a poco" ele fala em meio a escuridão. Como não derreter um coração de mãe cansada. "Mais a poco" na língua dele é pedido de carinho. Daí ele estica o pezão de bebê pedindo massagenzinha. Carinho de menino é beijo babado e nojento; abração sufocante no pescoço; gritos chorados de “é meu, é meu!" quando quer colo e tem alguém ali. Leão é mesmo o nome dele. E é como um leão que ele ama. Ser mãe é um estado definitivo. Mas ser mãe de um filhote de leão é um transitório que nem passou e já dá saudades.

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As redes sociais são um mundo onde a comunicação é facilitada e dificultada. Falamos com o mundo, em qualquer instante, independente da distância física. Mas, que falta nos faz a conversa de olho no olho. Nos sentimos próximos, nos tornamos amigos, partilhamos recortes de momentos de nossas vidas, colocamos o rostinho nas redes correndo o risco de sermos mal interpretados, às vezes parecemos exibidinhos, despudorados, expondo para muitos o que só compete a intimidade da família. Então qual é o critério para escolher o assunto? Na amizade deveríamos expor o que pode vir a fazer bem para o amigo. Se abrimos nossa história, nossos saberes, nossos valores e mostramos o que nos alimenta é porque isso pode ajudar alguém no caminho do bem. Muitas vezes conto das lições que tomei com meus tropeços, da esperança que surgiu em cenários improváveis, das boas piadas e coisinhas que as crianças fizeram, das lutas e conquistas. E o que passou comigo reverbera no peito de alguém. Já fui consolada, já rezaram por mim, já recebi conselho, já fui corrigida. Sim, porque às vezes erramos. E sem o olho no olho é mais difícil remendar. Pisamos no calo de um, cutucamos a ferida de outro, discordamos em alguma (ou em todas) as preferências, somos o chato cheio da razão. E, tantas vezes, querendo edificar, revelamos apenas o quão distantes estamos das coisas boas, belas e verdadeiras que queremos ser. Porém, se temos mesmo o intuito de servir, não importam as curtidas, os aplausos, pois o objetivo é fazer uma conexão intelectual real com quem está do outro lado da tela. Mas há dias em que mergulhamos em nossa interioridade ou em nossos estudos e não encontramos nada de edificante para falar. São dias em que só abrimos a boca para murmurar. Então é muito melhor calar. Nesses dias faz mais falta a amizade olho no olho. Nela podemos falar sem palavras e dizer que queremos o bem dos amigos mesmo quando só temos o silêncio para oferecer.

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São tantas imagens que passam diante de nossos olhos diariamente pela telinha do celular. Somos todos um pouco viciados em estímulos, hiperconectados. Esquecemos às vezes que esse conteúdo fica todo lá ecoando em nossa interioridade agitada. Como nos custa recolher a nós mesmos tão dispersos nessa vida. Existem coisas que merecem ser vistas. E esse olhar nos cultiva e ordena por dentro. A contemplação de uma obra de arte nos educa e inspira. Algumas obras nos lembram a relação entre o perene e o transitório, e nos fazem olhar para o horizonte rumo ao qual caminhamos. Esse tipo de olhar não acontece no tempo de uma olhadela. Olhar, refletir, aprofundar são coisas muito difíceis nesse tempo louco em que vivemos. Pois não é apenas a falta de tempo que nos rouba a contemplação. É também a falta de nossa presença real, é a falta de nós mesmos, cada vez menos capazes de aprofundar e integrar bem o que vivemos em nossa interioridade.

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Educação da vontade consiste em viver uma vida virtuosa. A virtude dá equilíbrio à personalidade, nos tira de nós mesmos, faz crescer nossa liberdade, e ajuda a provar a verdadeira felicidade. A beleza da virtude nos encanta e assusta. Pois quando nos avaliamos com sinceridade é impossível não ficar um pouco desanimado diante do tanto que nos falta. O esperado de bons pais não é a perfeição; mas o amor, a integridade e a luta para ser melhor de pouco em pouco por amor. Somos justamente o que nossos filhos precisam também com nossas misérias e imperfeições.

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Existem sempre dores nas vidas das mães. Cada história que recebo nas mensagens me causa uma profunda empatia. São as gestações, em que até as pequenas coisas da vida pesam; ou o parto, com suas dores, eclâmpsia, perfurações, hemorragias, rupturas; ou as depressões e privações do pós parto. Compartilhar por uns instantes o peso que outras de nós carregam nos tira do círculo do egoísmo. Todas essas são coisas da vida que se somam às alegrias, aos sorrisos, à beleza formam o tecido de nossa história. Eu tive cefaleia depois do parto por uns dias, tive mastite, peguei uma gripe forte. Coisas que incomodam, mas nada severo. Nossas almas como ouro puro estão sendo forjadas na fornalha da justíssima vontade de Deus para que se tornem belas jóias. Nesses momentos em que nossos corpos nos impedem de seguir vivendo como gostaríamos, podemos criar raízes para dentro e servir nossas famílias entregando a Deus nosso cansaço. Essa névoa que envolve os dias de puerpério passa rapidamente, basta erguer os olhos e deter o olhar nos dias que em breve virão. Um mês já se passou, voou na verdade. E já vejo que a primavera está linda. ❤️
#puerpério #maternidade #maedemuitos #famílianumerosa #homeschoolmom #catholicmom

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Quando engravidei de meu terceiro filho senti uma tremenda angústia: terei 3 filhos e só duas mãos. Como andar segurando suas mãozinhas? como impedir que atravessem a rua correndo? Passado um tanto de anos desde essa reflexão eu saí ontem sozinha com os 7. Fui com meu filhos ao parque na esquina de minha casa. Todos estavam devidamente agasalhados e carregávamos o mínimo de bagagem possível, pois quando se tem 7 crianças e um único adulto é fundamental estar com as mãos livres, tudo minimamente calculado para o passeio. Estacionei muito perto de onde ficaríamos para poder correr para o carro em caso de qualquer eventualidade (um sujeito mal encarado, uma fralda explosiva, um machucado), daí comecei a sentir que estava dominando a maternidade vezes 7. As crianças corriam ao ar livre, o bebê dormia no bebê conforto, e eu mergulhada no silêncio. De repente surgiu um cachorrão assustador do tamanho do meu filho de 3 anos. Assim que vi o bicho andei rapidamente para levantar o bebê conforto do chão e a mesma angústia de não ter 7 mãos me oprimiu. Um pequeno em cada mão e como proteger os outros? O cachorro foi se aproximando e antes que eu tivesse tempo de refletir percebi que minha mais velha tinha também duas mãos, e um coração enorme, pois correu para ajudar. Minhas filhas do meio escalaram para se proteger. Por fim a crise do cachorrão se resolveu com minha destemida Alice latindo furiosa para afugentar o bicho. E afugentou. Justo ela que sempre teve medo de cachorro foi nossa salvadora. Passada a crise tirei essa foto e fui para casa. Saldo final do passeio: 1- Descobri que não preciso de 7 mãos, 2- Alice me garantiu que se um dia aparecer uma ovelha ameaçadora, ela também sabe fazer um balido assustador (mééé), 3- Minha coragem de sair com os 7 desapareceu novamente.

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As vezes eu escolho perder tempo sem me agitar com nada, o mundo pode esperar, pois tenho um RN para conhecer, para decorar suas formas, conhecer seu choro. Escolho perder tempo com ele, pois isso é ganhar esse tempo. Esses poucos dias de puerpério não voltarão, nem esse chorinho, nem esse cheirinho. Olho o meu recém nascido e depois olho meus filhos. Como pode ter passado tão rápido? Eu estive presente em cada sorriso, em cada tropeço, em cada parabéns, em cada lágrima. Mas os dias longos de sonecas de RN nos tiram do ritmo. Há um mundo paralelo onde vivem as mães de bebês pequenos: nele sobrevive-se no limite do corpo, das emoções, e em nosso coração surgem raízes profundas de amor que nos ensinam a sofrer e amar. Daí, em meio a esse mergulho na interioridade que é o pós parto me vi em silêncio olhando o bebê que dorme. As demandas da casa continuam todas por aqui. Mas não quero meu coração agarrado nelas. Quero que as cenas da minha memória sejam compostas pelos bocejos e suspiro do do Luíz.
#maternidade #puerpério #mãedemuitos

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Minhas lindas medalhistas. Parabéns pelo esforço 🌹

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Estou há 3 dias com uma dor de cabeça intensa sem trégua que os remédios não aliaviam. Maria veio estudar aqui do lado e eis como vejo o mundo. 🥴

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Eu não perco uma piadinha, gosto até do humor negro e do politicamente incorreto. Mas se tem algo que me tira do sério são as piadinhas cretinas sobre casamento. O casamento é sempre o assassino do namoro, o ladrão da felicidade, o fim da intimidade sexual. Depois das centenas de vezes que eu disse "que ridículo" diante delas, passei a desconfiar que quem não pegou a essência do negócio fui eu. Casamento não é nem minimamente parecido com o que diz a cultura hedonista, mas também não é o felizes para sempre dos contos de fadas. Existe no casamento o drama da felicidade. Essa vida não foi feita para ser o mundo da alegria eterna e da satisfação constante. Isso simplesmente não acontece. Não está nas especificações do fabricante essa modalidade de uso do ser humano e ponto. O coração humano não se satisfaz com as coisas que essa vida pode dar, ele foi feito para Deus e anda inquieto por aqui quando procura felicidade nas coisas ou nas pessoas. A felicidade conjugal suporta irritações, frustrações, desentendimentos. Mas há também alegria, risos, paixão. O amor dos cônjuges é como um vinho que melhora com os anos e ganha valor quando seu sustento está no transcendente. Vai por mim. Conselho às recém casadas: não se deixe enganar pelas piadinhas, nem pelas comédias românticas.

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Quando não se está grávida a figura de uma gestante passa a sensação de plenitude, de missão, de serviço, de amor. Ver uma grávida renova nossas esperanças na humanidade. É um eterno recomeço. A dança da vida humana recomeça tantas vezes quanto tantas mães derem à luz. Nesse grande baile da história humana, os casais se apresentam para dançar. Cada um por sua vez. E a beleza singela da família se repete de modo único e irrepetível para cada dupla que se entrega nessa loucura de amor que é a família. Há um pedacinho do céu que se chama família. Mas há também a dor de dente. Nos últimos momentos da gestação começaram a chover problemas pessoais por aqui. Filhos, marido, amigos, profissional, interpessoal, rotina, projetos, compras, finanças, sonhos. E depois de anos batendo forte no peito e dizendo para os problemas "venham!", finalmente meus dentes pagaram o pato. Graças ao estresse consegui quebrar dois dentes em questão de dias. Então, às 21 horas, depois de passar o dia engolindo o grito de dor de dente e lidando com as demandas das crianças, ganhei um tratamento de canal de emergência. Luiz agarrou firme no cordão umbilical e tanto me contorci que o menino deu umas dez cambalhotas. Eu e o dentista ansiosos estávamos quase certos de que haveria um parto no consultório odontológico. Ufa, pronto, passou, Luiz continua firme e forte no útero. Depois de tomar o glorioso paracetamol aceitei a dor e fiquei à espera do sono que não vinha. E é nessas horas que a beleza e a alegria da maternidade poderia se tornar um amargor, pude, paradoxalmente, sentir uma enorme gratidão pela saúde, uma alegria pelos dias bons, uma intensificação dessa loucura de amor. Ouvi o silêncio da casa. Os anjinhos dormiram depois de falar "manhê" cinco mil vezes no dia, e quando dormem lembro que existe silêncio no mundo. Ufa. Na vida há um pêndulo no qual a dor e exaustão nos ajudam a saborear melhor a pacificação e a alegria. Hoje quase não sinto dor e os cinco mil manhê do dia soam novamente lindinhos.

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Cagando regra??? Eu??? Pô, se você me conhecer melhor vai ter certeza de que eu tô mesmo. 😜 O grande X da questão é que a única pessoa no universo inteiro que precisa ser coerente com elas sou eu. Graças a Deus todo o restante da humanidade tem liberdade de consciência para discordar de mim. Quem me escuta falando sobre educação e maternidade pode me achar presunçosa, pois acredito que famílias precisam eleger critérios claros para educar seus filhos, que precisam ter um plano concreto de como farão isso, que precisam de um projeto educativo. Pais devem refletir sobre os porquês de seus comportamentos para atuar com intencionalidade (olha quanta presunção: devem, precisam). Mas é certo que muitas vezes ao fazer esse exercício eu e outra pessoa chegaremos a conclusões opostas e faremos planos concretos muito diferentes. E para mim isso é natural e saudável. A coisa que mais me estimula intelectualmente nessa vida é conversar com quem não concorda comigo! É uma alegria ampliar meus horizontes entendendo o ponto de vista daqueles que escolheram diferentemente de mim. Não precisamos concordar. Sou uma pessoa apaixonada por uma verdade absoluta. Como é reconfortante não precisar ficar refletindo sobre a relação nem sempre matemática entre princípios universais e regrinhas concretas. Os universais são deliciosamente perfeitos. Já as regrinhas são um esforço de transpor para esse mundo complexo aqueles princípios. Só que a vida geralmente nos mostra que entre uma bandeira apaixonante e a sua expressão na realidade objetiva há um campo amplo do circunstancial e do opinável. Por isso tenho muita muita muita cautela quando se trata de oferecer soluções para os outros. É tão fácil filtrar um mosquito e engolir um camelo, não é? Seria tão mais fácil viver num mundo bipolar em que estamos livres do fardo das escolhas e em que bastasse aderir a um ou a outro lado para ser irrepreensível. Mas a vida não é assim. Estamos todos apostando quando maternamos, quando educamos e só saberemos se apostamos bem ou mal daqui 20 anos. É uma escalada que os resultados não residem em palavras bonitas, mas em realidades que não temos como mensurar nas redes sociais.

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Grupo folclórico, um amor a primeira vista. Um espaço acolhedor, familiar, roupas dignas, músicas alegres, bastante movimento, amiguinhos para correr junto, 0bater papo e comer pastel. 😋 Algumas reorganizações na vida nos custam, mas outras caem como uma luva.

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Uma das grandes batalhas nessa família é o cuidado com o carro. Mil vezes eu oriento: não levem brinquedos para o carro, não larguem seus sapatos ou casacos, peguem as mochilas, tirem do carro os lixos e descartáveis. E tantas vezes acabo relevando que não fizeram porque estávamos com pressa, porque estavam cansados, porque a pipoca caiu acidentalmente no chão, porque voltamos da chácara e eles são pequenos para evitar barro... Eis que chegou o dia da consequência. Os seis esvaziaram, aspiraram, limparam e lavaram o carro. Definitivamente não ficou perfeito. Mas quando estamos ensinando crianças a cooperar e respeitar o coletivo feito é melhor do que perfeito.

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