Em nosso diário de atividades no facebook sempre me perguntam qual é esse material didático que usamos e que aparece em nossas fotos. Nossas filhas são matriculadas na escola americana Seton Home Study. Esse material é composto pelos livros didáticos de todas as disciplinas além das avaliações e dos planos de aula. Essa é uma prática comum nos países em que a educação domiciliar é bastante difundida. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem diversas escolas que fornecem acompanhamento escolar.
Mês: agosto 2016
A importância de educar no deslumbramento e na realidade
A Importância de Educar no Assombro e na Realidade:
Dicas para organizar a rotina infantil – parte 5
Como as atividades pedagógicas e sociais diferem de família para família, é difícil determinar se o melhor momento para os estudos é pela manhã ou pela tarde, ou qual é o melhor momento para se fazer esportes ou passear. Contudo, certamente depois de estabelecidos esses 4 fatores podemos encaixar na agenda com tranquilidade toda sorte de atividades.

Dicas para organizar a rotina infantil – parte 4
Alimentação e rotina
Uma rotina harmônica demanda uma boa alimentação. Para conseguir que a criança durma bem é importante que a alimentação tenha sido adequada para suas necessidades físicas e que assim não cause desconfortos que atrapalhem a rotina e a qualidade do sono.
A alimentação está naturalmente relacionada com a higiene, então ao criar hábitos para uma facilmente se estabelece o lugar da outra dentro da rotina. Por isso, planejamos o momento da refeição associada aos momentos da higiene pessoal.Precisamos nos alimentar diversas vezes por dia, por isso é impossível planejar uma rotina sem contemplar a alimentação, então, é interessante que aproveitemos essa necessidade para educar nossos filhos a mesa.
Planejamento prévio:
Os horários de alimentação devem conter os tempos de preparo das refeições, o tempo de deixar a cozinha em ordem, o tempo da compra dos alimentos. Se planejamos mal esses tempos provavelmente vamos ter crianças rabugentas e choronas pela casa e mães estressadas, portanto é importante planejar antecipadamente.Uma boa medida para otimizar nosso tempo é selecionar cardápios simples de serem produzidos. Com um cardápio semanal fixo podemos comprar os ingredientes antecipadamente e deixar as coisas encaminhadas antes da hora do estresse. Se limparmos os utensílios na medida em que formos cozinhando, ao terminarmos de preparar a refeição encontraremos uma cozinha limpa.
Envolva seus filhos na rotina doméstica
É bom evitar o engano de que nossos filhos nos atrapalham quando fazem pequenos trabalhos domésticos. Certamente eles não fazem as coisas tão bem quanto nós, mas “ajuda de criança é pouca, mas quem dispensa é louca!” Podemos incentivar nossos filhos a tirarem seus pratos da mesa e com isso reduziremos a bagunça e estaremos lançando sementes para que futuramente se transformem em adultos capazes de gerir a própria casa e cuidar de si mesmos quando forem chamados a essa responsabilidade.
Para que participem da rotina doméstica quando forem crescidos precisam aprender a manter a ordem quando pequenos. A infância é a idade de ouro para a aquisição da virtude da ordem. Mais tarde será muito mais difícil. Nossos filhos um dia precisarão cuidar de seus espaços independentemente do estilo de vida que escolham, por isso não nos fazem favor quando devolvem os objetos no lugar em que os encontraram. Fazemos um desserviço a eles quando os poupamos de levar o próprio copo na pia quando terminam de beber.
Nutrição, Temperança e Prudência:
Uma alimentação nutritiva ajuda a prevenir doenças e promove um bem estar generalizado na família. Na hora de escolher o cardápio é bom selecionar receitas tendo em mente que comendo bem estamos ajudando a evitar o desgaste de lidar com as rupturas na rotina causadas pelas doenças.
Podemos procurar opções saborosas, mas não podemos esquecer que a alimentação tem uma função e que se nos limitarmos a atender aos caprichos de nossos filhos podemos perverter essa finalidade e nos tornar cúmplices da causa de inúmeros problemas que uma alimentação inadequada pode acarretar.
Porém não podemos esquecer que comemos para viver e não o contrário. Se por um lado a alimentação é fundamental na rotina, não é bom que criemos uma enfase exagerada na bioquimica de nossa vida a ponto de que isso consuma todo o nosso tempo, recursos e energia e que com isso se crie uma desordem. Não precisamos valorizar exageradamente a animalidade deixando que nossos filhos comam apenas o que gostam, nem podemos cair na mesma desordem tratando a alimentação como um fim e esquecendo que ela é um meio.
Encontramos prazer na alimentação e isso é bom, mas nem sempre isso é saudável. É importante ensinar a temperança e não somente a austeridade. Uma noite da pizza em família é ainda mais saborosa quando foi precedida de vários dias com alimentos menos festivos.
É na mesa que se aprende os fundamentos do auto domínio. Querer mais um bombom e não ganhar é um treinamento para futuramente ter condições interiores de querer mais um bombom e não pegar por vontade própria. Quem exercita esse tipo de domínio de si é livre para comer ou não comer. Assim será capaz de escolher com liberdade os momentos em que é adequando atender aos apetites e os momentos em que não é. Para esses é preciso usar a força de vontade. Haverão dias em que nossos filhos serão senhores de si mesmos e precisarão ser capazes de regular os prazeres. Quem aprendeu na mesa de casa a se conter terá mais facilidade para escolher com liberdade, quem não aprendeu certamente será menos livre.
Etiqueta é uma ética”zinha”:
Quando estamos à mesa em família temos uma oportunidade rica de ensinar nossos filhos a se portarem virtuosamente em sociedade. Podemos ensinar sobre justiça ao convidar nossos filhos a servir uma sobremesa e deixar que os irmãos escolham seus pratos depois de servidos. Podemos ensinar um pouquinho de amor ao próximo estimulando que nossos filhos se sirvam sozinhos e que deixem o melhor pedaço para a próxima pessoa a se servir. Podemos estimular que sentem adequadamente e que comam com bons modos como forma de respeitar as outras pessoas na mesa que não querem ver a comida dentro da boca do irmão.
Alimentação e atividades sensoriais
Envolver nossos filhos no preparo dos alimentos abre oportunidades educativas bastantes ricas. A criança pode participar de todo o processo que cerca a alimentação e assim terá acesso a atividades sensoriais divertidas – cortar alimentos de diversas texturas, tocar em diferentes materiais, manusear diversas ferramentas, sentir o gosto de cada ingrediente nas diversas etapas de cozimento. Além disso, preparar os alimentos é uma forma de ajudar a criança a comer alimentos que não está acostumada, pois quando ela cozinha ela se abre para experimentar aquilo que preparou.
Alimentação e cidadania
Fazer parte do preparo das refeições nos ajuda a ensinar:
- que os alimentos não aparecem magicamente na nossa mesa.
- que o trabalho de outras pessoas impacta a minha subsistência.
- a perceber a interdependência dentro da comunidade;
- nossos filhos a servir a coletividade produzindo algo para os outros;
- a fundamentar a autoestima da criança na capacidade real de realizar pequenas ações como lavar legumes, separar feijões.
Meu filho não come, e agora?
Se meu filho não come devo me perguntar se esse não é um subterfúgio para chamar minha atenção. Estou dando toda a atenção que ele carece?É interessante que ações inadequadas não sejam muito valorizadas nem positiva, nem negativamente para que a criança não encontre vantagem no mal comportamento à mesa.Se meu filho não come e eu fico com pena dele e consinto que ele ganhe lanchinhos entre as refeições, estou claramente premiando o mau comportamento. É preciso que se tenha regras claras e consequências lógicas para cada tipo de atitude. Castigos? Não são necessários quando a criança entende que para cada ação existe uma consequência. Quem não come fica com fome. A próxima refeição provavelmente acontecerá em pouca horas.Não é preciso desgastar a autoridade numa queda de braço infinita com meu filho na hora da refeição. Ofereça os alimentos rejeitados varias vezes em diferentes situações e o anime a experimentar um pouquinho.Preste atenção na sua postura e na dos demais familiares diante do alimento que está sendo oferecido. Se a mãe detesta salada e faz uma cara ruim como quem já espera que a criança não vá gostar, então não se admire de que seu filho cumpra com a expectativa e não goste. Crianças aprendem por imitação.
Aprender a ser contrariado
É natural que a criança não goste de tudo que experimente. Todos somos mais inclinados a alguns alimentos do que a outros. Porém é importante aprender a se adequar a situação e a não ter a expectativa de que tudo seja sempre focado no interesse egocêntrico. Por isso não é bom que façamos sempre cardápios visando o que a criança gosta. A vida real é cheia de coisas que não gostamos e por isso é muito bom aprender a aceitar que nem tudo me agradará e que preciso aceitar o que não gosto também. Quem aprende isso na mesa de casa e emprega essa lógica em suas relações adultas tem chances de ser um profissional mais fácil de lidar e que consequentemente terá uma chance a mais de se destacar profissionalmente, um conjugue mais fácil de conviver e que terá menos problemas de se adaptar aos desafios da vida familiar.
Dicas para organizar a rotina infantil – parte 3
A importância do sono:
O sono é um elemento muito importante na rotina. Não teremos muito sucesso intelectual ou comportamental com uma criança cansada ou hiper estimulada pelo sono. É preciso dormir bem para se estar descansado, tranquilo e concentrado. Por isso é necessário ter um horário para o sono, e é fundamental descansar uma quantidade suficiente de horas. Catherine L´Ecuyer no livro Educar en el Asombro aponta o respeito pelo ritmo natural de aprendizado e de desenvolvimento infantil como o melhor estimulador para o cérebro. A neurocientista explica que existem inúmeros malefícios causados às criança que não dormem uma quantidade suficiente de horas, que são intensamente expostas a televisão e a excessos de estímulos. Ela observa que muitas famílias esperam que o filho acompanhe o ritmo de vida do adulto moderno e que essa é uma fonte de desrespeito com a biologia da criança. Portanto, educando em casa podemos facilmente adequar nossa rotina a um ritmo humanizado. É preciso que respeitemos nossos corpos em suas necessidades intrínsecas e em sua dignidade fundamental.
O que não fazer antes de dormir
A rotina de dormir é muito importante para se assegurar o bom andamento dos dias. Para a aquisição desse hábito é bom que o dia tenha ocorrido respeitando o organismo da criança para que ela tenha condições físicas de dormir. Para isso, podemos evitar alimentos estimulantes e aparelhos eletrônicos nas horas que antecedem o sono. A diminuição da quantidade de estímulos ajuda a acalmar o ambiente. Em se tratando de tecnologias podemos primar sempre pelo “meno é mais”.
O que é bom fazer antes de dormir
A hora de dormir tem o seu encadeamento facilitado quando existe uma sequência de ações que sejam previsíveis. A rotina é sempre benéfica. Pequenos rituais auxiliam a tranquilizar o momento para adormecer. Colocar o pijama, escovar os dentes, diminuir as luzes, ouvir uma história calma em tom de voz baixo, orações, música tranquila ou silêncio. Fazer sempre as mesmas coisas na mesma sequência facilita o processo.
Se meu filho tem medo?
É interessante lembrar que as crianças não percebem o mundo do mesmo modo que nós. Coisas banais podem verdadeiramente ter um aspecto assustador para elas. É importante que aprendamos a ouvir e respeitar os anseios de nossos filhos. Medo do escuro? Podemos ter uma luz fraquinha ligada na tomada. Medo de ficar sozinho? Porque não considerar a hipótese de ficar um pouco no quarto. A ansiedade dificulta muito a chegada do sono, por isso gritos, ameaças ou “deixar que chore” podem atrapalhar o processo não apenas em um dia, mas criar o hábito da ansiedade na hora de dormir. Pode parecer que nunca dormiremos uma noite completa novamente. Mas quanto tempo dura a primeira infância de nossos filhos? Um pouco de paciência na hora de implementar uma rotina de dormir pode fazer uma grande diferença no andamento dos seus dias e na vida de seu filho.
Aprender a controlar a si mesmo
Para pegar no sono é preciso aprender a se acalmar, relaxar e se deixar adormecer. É comum ouvirmos as mães dizerem ” vou fazer meu filho dormir”. Porém, adormecer é um processo que acontece na criança. Portanto o adulto não faz a criança dormir, mas pode promover a diminuição da ansiedade e o relaxamento necessário para a chegada do sono. Mais do que isso, precisamos ensinar nossos filhos a fazerem esse processo sozinhos. Existem modos mais agressivos e mais brandos de se fazer isso – a quantidade de livros escritos sobre esse assunto nos permite perceber que essa é uma questão que tira o sono dos pais.
É fato que precisamos ensinar o domínio próprio para nossos filhos. Mas muito antes de serem capazes de dominarem a si mesmos eles precisam ser brandamente conduzidos pelos adultos que os amam. Nesse sentido, um relacionamento baseado na confiança de que se a mãe diz que estará ali do lado ela certamente estará, e num treinamento constante de obediência, favorece que a criança aceite as sugestões de como dominar o próprio corpo para alçar a tranquilidade necessária para relaxar e adormecer. Se meu filho aceitar ficar quieto na cama provavelmente adormecerá.
Doar a si mesmo
É muito irritante para a família que tem uma rotina agitada se debater com a criança que não dorme e que com isso rouba horas preciosas do sono dos pais. O fato de não dormir é uma forma de comunicação. A criança quer estar com a mãe e com o pai. De tudo o que podemos dar aos nossos filhos dar a nós mesmos é o melhor dos presentes. Se nossos filhos estão demandando muito de nós na hora de dormir talvez devamos nos perguntar se estão ganhando nossa atenção em quantidade suficiente ao longo do dia, se nosso estilo de vida respeita as necessidades da infância, e, principalmente, se uma atenção branda e amorosa nesse momento não é um bom modo de cultivar o vínculo mais importante na infância que é com os pais.
Dicas para organizar a rotina infantil – parte 2
Maria Montessori observou benefícios em a criança aprender desde pequena a manusear ferramentas de uso cotidiano, em aprender a transferir líquidos, aprender a limpar o chão. Podemos perceber que ensinar a higiene pessoal e a manter o espaço ao meu entorno limpo e ordenado são medidas importante para uma educação cósmica. Além disso, o treinamento de cada uma dessas atividades leva ao desenvolvimento de uma série de habilidades cognitivas e motoras.
Dentro da perspectiva montessoriana se investe pedagogicamente tempo no treinamento dos cuidados pessoais e da limpeza do ambiente como atividades escolares. Uma vez que a casa também é espaço de aprendizagem, a higiene pessoal é uma fonte de inúmeras atividades.
Higiene e cidadania:
Dicas para organizar a rotina na educação domiciliar – parte 1
Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente? – Um tijolo, e outro. Milhares. Mas, um a um. – E sacos de cimento, um a um. E blocos de pedra, que são bem pouco ante a mole do conjunto. – E pedaços de ferro. – E operários trabalhando, dia após dia, as mesmas horas… Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?… À força de pequenas coisas!